CHIADO. AO NATURAL!

 

Taxi ... ! Taxi ... !, ouvia-se,  chiado,  ao Chiado.

Vento modesto, marítimo e com sal, regelava a têmpera de quem já não sabia agasalhar-se, que raio, pois que em Portugal não há casas preparadas.

Nunca sofrera tanto frio como em Lisboa! Nem no Árctico!

É Janeiro. Os termómetros informam de temperaturas entre os  12 e os 20 graus, mas já grassa a gripe, o pavor da corrente de ar; a premência  da vacina, do estetoscópio, do tac, do toque: da medida clínica, do currículo.

Táxi ... ! Táxi ... !

 

Olha lá, emprestas-me o teu chapéu?

Porquê, oh meu, és careca?

E se fosse?

Achas que o meu chapéu te serve, filho?

Claro! Se não servisse não t’u pdia,

ou não p’cebes!

 

E parou um táxi que os levou, Chiado acima, com chapéu, e fresco, e tudo, para um quarto com águas correntes, quentes e frias, onde se vacinaram, chiando e pront’os, como é próprio de  uma orquestra de câmara!

Acordaram, estremunhados.

Foram à urgência, porque estavam constipados!

Ó JAF